'O Outro Lado do Paraíso': Walcyr Carrasco faz balanço da novela e elege suas cenas favoritas
Em entrevista ao Gshow, autor comemora sucesso do folhetim que chega ao capítulo 100 nesta quinta-feira, 15: 'Fico feliz com essa resposta'
Seu nome: Walcyr Carrasco. Mas bem que ele poderia ser chamado de "Walcyr Sucesso". O autor acumula êxitos em todos os horários, seja com suas novelas de época às seis, comédias às sete, novelões clássicos às nove ou histórias mais picantes às onze. Verdades Secretas, por exemplo, chegou a ganhar o cobiçado Emmy Internacional. Atualmente, em mais uma parceria com o diretor artístico Mauro Mendonça Filho, ele faz sucesso com O Outro Lado do Paraíso, no horário nobre.
A história que gira em torno da vingança de Clara (Bianca Bin) e aborda a questão da lei do retorno caiu nas graças do público, que espera ansiosamente pelas próximas atitudes da protagonista. Com a novela chegando ao capítulo 100, o Gshow bateu um papo com o autor e, na conversa, ele avaliou a história até aqui, falou sobre os temas sensíveis que aborda na história e elegeu suas cenas preferidas. Confira:
Gshow: Qual é o balanço que você faz da novela neste capítulo 100? Está feliz com todo esse sucesso?
Walcyr Carrasco: Sim, muito. Quis fazer uma novela diferente, com um movimento e estilo que não se fazia havia muito tempo. É o folhetim em seu estado mais puro.
Walcyr Carrasco: Sim, muito. Quis fazer uma novela diferente, com um movimento e estilo que não se fazia havia muito tempo. É o folhetim em seu estado mais puro.
Gshow: Um reflexo de que o público aprovou a história é que a novela sempre fica entre os assuntos mais comentados das redes sociais, com muitos elogios.
WC: Fico feliz com essa resposta porque o público entendeu que busquei uma mudança estilística que foge do neorrealismo de outras novelas. Ao contrário de alguns críticos, que ficam procurando esse neorrealismo onde não há intenção. É um estilo diferenciado e um exercício para mim, como novelista.
WC: Fico feliz com essa resposta porque o público entendeu que busquei uma mudança estilística que foge do neorrealismo de outras novelas. Ao contrário de alguns críticos, que ficam procurando esse neorrealismo onde não há intenção. É um estilo diferenciado e um exercício para mim, como novelista.
Gloria Pires e Juca de Oliveira na cena em que Natanael tentou matar Duda (Foto: Raquel Cunha / Globo)
Gshow: Quais pontos da história você destacaria até o momento? Alguma cena em especial te emocionou ao vê-la no ar?
WC: São tantas... Mas as cenas de Duda (Gloria Pires) com Natanael(Juca de Oliveira) no início, quando ele a chantageava; as cenas de Clara, principalmente quando foi lançada ao mar no caixão; as de Sophia(Marieta Severo), capaz de explodir em violência, assim como Gael(Sergio Guizé). A loucura de Lívia (Grazi Massafera), que foi fundo na rebeldia, sem perder uma certa fragilidade. A ternura de Patrick (Thiago Fragoso), a dubiedade de Renato (Rafael Cardoso)... E sempre será inesquecível a grande cena de Mercedes (Fernanda Montenegro) enfrentando a Morte.
WC: São tantas... Mas as cenas de Duda (Gloria Pires) com Natanael(Juca de Oliveira) no início, quando ele a chantageava; as cenas de Clara, principalmente quando foi lançada ao mar no caixão; as de Sophia(Marieta Severo), capaz de explodir em violência, assim como Gael(Sergio Guizé). A loucura de Lívia (Grazi Massafera), que foi fundo na rebeldia, sem perder uma certa fragilidade. A ternura de Patrick (Thiago Fragoso), a dubiedade de Renato (Rafael Cardoso)... E sempre será inesquecível a grande cena de Mercedes (Fernanda Montenegro) enfrentando a Morte.
WC: Alguns atores novos são admiráveis, como a Julia Dalavia (Adriana), a Bella Piero (Laura), o Igor Angelkorte (Rafael)... E ainda tem todo o pessoal do garimpo e do bordel.
Gshow: Dia desses você elogiou publicamente a atuação da Gloria Pires, que, pela primeira vez, faz uma novela sua. Trabalhar com ela era uma vontade antiga?
WC: Sempre quis. Há uns 20 anos, comentei com o Orlando (Morais, marido da atriz): “Quero trabalhar com a Gloria”. Ele lembrou isso agora. É um sonho incrível, e já digo: quero trabalhar de novo com a Gloria Pires.
WC: Sempre quis. Há uns 20 anos, comentei com o Orlando (Morais, marido da atriz): “Quero trabalhar com a Gloria”. Ele lembrou isso agora. É um sonho incrível, e já digo: quero trabalhar de novo com a Gloria Pires.
Gshow: Assim como a Duda e a Clara, temos outras personagens femininas muito fortes na novela, como a Mercedes, a Sophia, a Lívia, a Raquel (Erika Januza)... Esse destaque para as mulheres é proposital, visto o momento em que vivemos, com as mulheres cada vez mais engajadas na busca por igualdade?
WC: Sempre gostei de trabalhar personagens femininas, com intensidade. Mas quando escrevo é por intuição. Acho que o autor tem uma antena que capta o momento. Fico aberto, mas sem planejar, como se fosse um especialista em marketing. Planejar estar de acordo com o momento seria não criar. E eu crio.
WC: Sempre gostei de trabalhar personagens femininas, com intensidade. Mas quando escrevo é por intuição. Acho que o autor tem uma antena que capta o momento. Fico aberto, mas sem planejar, como se fosse um especialista em marketing. Planejar estar de acordo com o momento seria não criar. E eu crio.
Gshow: A novela aborda temas importantes de serem debatidos, como o racismo, a pedofilia e a violência contra a mulher, por exemplo. Acredita no papel da dramaturgia como papel de conscientização, além de entretenimento?
WC: Acho que, antes de mais nada, é preciso haver uma relação de prazer entre quem assiste e quem escreve, dirige e produz. Se não houver prazer, simplesmente ninguém vê. Eu, como autor, sinto a pulsão por falar de alguns temas que estão aí, na sociedade. O público parece sentir a mesma necessidade, porque corresponde e debate sobre eles. Isso é muito bom.
WC: Acho que, antes de mais nada, é preciso haver uma relação de prazer entre quem assiste e quem escreve, dirige e produz. Se não houver prazer, simplesmente ninguém vê. Eu, como autor, sinto a pulsão por falar de alguns temas que estão aí, na sociedade. O público parece sentir a mesma necessidade, porque corresponde e debate sobre eles. Isso é muito bom.
Gshow: O público aguarda ansiosamente pela vingança da Clara sobre a Sophia. O que pode adiantar desse embate final?
WC: Nunca adianto nada. Não por antipatia, mas é porque mudo muito quando escrevo, minhas emoções controlam o que vou escrever. Por isso, posso dizer que vou fazer isso e aquilo e mudar depois.
WC: Nunca adianto nada. Não por antipatia, mas é porque mudo muito quando escrevo, minhas emoções controlam o que vou escrever. Por isso, posso dizer que vou fazer isso e aquilo e mudar depois.
Gshow: Outro assunto que gera ansiedade no público é o futuro amoroso da Clara. No início, o público torcia para que ela ficasse com Renato, e, agora, torce muito por Patrick e Clara. Já tem fechado com quem ela ficará no fim?
WC: Mais um pedido de spoiler. Mas, é claro, não vou responder... Para saber com quem Clara fica, é preciso ver a novela (risos)!
WC: Mais um pedido de spoiler. Mas, é claro, não vou responder... Para saber com quem Clara fica, é preciso ver a novela (risos)!
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